
Estávamos todos lá fora, deliciados com o céu negro, aveludado e cheio de estrelas. Cada um de nós escolheu a sua constelação favorita e eu por razões óbvias escolhi a Draco, embora pouco visível. Com a falta de luz que existe no meio rural é fácil distinguir as estrelas, elas são o foco mais intenso de luz por estas bandas. Gosto da noite do campo, pelo cheiro, pelos sons, pelo céu belíssimo que nos oferece. Ando sempre atrás das estrelas cadentes mas nunca tenho muita sorte, contudo fomos brindados com uma dessas estrelas que passou disparada com uma cauda enorme. Rasgou o céu com uma velocidade brutal. Na verdade todos a conseguimos ver o que é na realidade muito difícil, quando um olha para a direita o outro olha para a esquerda e lá se vai a oportunidade. Mas naquela noite todas a conseguimos ver. Ficamos em silêncio e todos pedimos um desejo, mesmo quem não acredita que se possa realizar.
Ouviu-se uma gargalhada e alguém diz:
-O que foi que pediram? Eu peço sempre saúde para mim e para os meus.
-Eu também, isso e que os meus avós vivam muitos anos.
Eu fiquei calada. Senti-me tão egoísta. Eu pedi para receber uma mensagem, uma palavra que fosse para ter a certeza que não se esqueceu de mim.
Ouviu-se uma gargalhada e alguém diz:
-O que foi que pediram? Eu peço sempre saúde para mim e para os meus.
-Eu também, isso e que os meus avós vivam muitos anos.
Eu fiquei calada. Senti-me tão egoísta. Eu pedi para receber uma mensagem, uma palavra que fosse para ter a certeza que não se esqueceu de mim.