Ainda tentei afastar-me do mau caminho mas é mais forte do que eu. Não resisti em vir para Lisboa nesta grande noite. Este foi talvez o ano com mais gente nas ruas.
A nossa noite começou em Alfama onde o cheiro a sardinha abafava o cheiro do tão real manjerico. As barraquinhas com o seu ar castiço vendiam de tudo e o pregão era: É tudo a 1 euro!
Cerveja para os mais expeditos e sangria para os pouco afortunados que não gostam de cerveja (eu!). Sardinhas e couratos, a bela da bifana, farturas e até tremoços, havia de tudo. Seguimos pelas ruas mais apertadas e sentimo-nos levados por um mar de gente colina acima. Paramos a caminho da Costa do Castelo, pareceu-nos que o Limoeiro era o melhor spot da noite e no meio de toda aquela confusão ainda arranjamos uma mesa e umas quantas cadeiras para os que já tinham os pés em “braza”. A noite era uma criança…
Já perto das 3 da manhã zarpamos em direcção ao Bairro, era ali que iríamos acabar a noite. Alguns menos corajosos deixaram-nos no caminho, outros saltaram do barco já em pleno BA e de um grupo tão grande ficamos apenas dois. Os destemidos, que mesmo com os pés em chagas e os olhos meio trocados, ainda ficamos pelas ruas à espera de reforços. Apareceram mais 3 ainda frescos que nem alfaces, ou devo dizer alfacinhas? Enfim…frescos de tal forma que nos levaram entre um e outro canto a rebentar de música e álcool. A noite terminou às 6h30, foi a essa hora que vimos a luz do dia.
E como uma saga nunca termina sem uma boa cena diurna fica para recordar os 3 últimos sobreviventes da grande noite, na Gare do Oriente às 7h30 da manhã, completamente esparramados nos bancos à espera do comboio que me ia levar de volta ao meu retiro espiritual.
Viva o Santo António
Viva bifana dourada
O pessoal toma vitaminas
E ainda aguenta uma noitada.