
Ultimamente não tenho tido coragem para escrever, digo coragem porque é preciso tê-la para por a nu os nossos sentimentos. Sinto que tenho deixado de fazer muita coisa, desculpando-me com o facto de não tempo.
O tempo somos nós que o fazemos e há sempre tempo para fazer aquilo que gostamos. Eu gosto de escrever… acredito que estas páginas são as minhas maiores confidentes, nelas deposito a confiança que perdi no ser humano. Não digo isto com revolta mas sim com pesar… não deixo os meus sentimentos em mãos alheias, pois sinto que hoje em dia tudo o que nos rodeia é uma realidade cruel e insensível.
Hoje em dia não há espaço para lamechices, para romantismos, tudo é feito sobre a pressão do tão nosso conhecido stress. As palavras que se tornam a ordem do dia são a correria, a agitação, a dinâmica do viver. Eu luto contra isto, não digo que não, mas no fundo o ser humano passou a ser uma máquina que não vive, mas sobrevive neste mundo a preto e branco.
Quero ver as cores, parar para ver o azul do céu, o fresco verde dos montes… há quanto tempo não paras para ver uma bela tarde de Outono que trás tons quentes, as folhas caídas de um Verão cansado? A beleza da Primavera, viçosa e alegre? Quantas vezes dás por ti a admirar o céu?
Admirar o que é belo… é um dos meus prazeres. Mesmo nas noites de Inverno, em que o céu está encoberto, consigo encontrar uma Lua brincalhona que se ora se esconde, ora espreita com o seu sorriso fantástico… Sim, a Lua também sorri, pelo menos para mim…