segunda-feira, 24 de agosto de 2015

O Pátio das Cantigas

Já li muitas críticas negativas a esta obra de Leonel Vieira, mas na minha opinião, não se deve comparar alhos com bugalhos. Não me parece que a ideia do realizador fosse criar uma cópia fiel ao original, mas sim um género de humor nonsense. Bem sabemos que o original de 1942 é venerado por quem se diz conhecedor da arte, mas há que dar espaço para gestos inovadores no cinema português, que segundo parece, nas palavras dos grandes críticos, só merece medalhas quando contrata actores de renome para dizer "merda" (com classe) na grande tela. Pois eu cá, acho que o Leonel Vieira fez muito bem em pegar na história a preto e branco e adapta-la ao século XXI vestindo as personagens com novas cores berrantes.

Começa com uma narrativa pela voz de José Pedro Vasconcelos, cuja aparição inicial é digna de um Tarzan citadino - de cuecas a coçar "o saco", e apresenta cada um dos residentes do Pátio mais castiço de Lisboa.

Um bravo para a Sara Matos que deu corpo e alma à menina Amália e que tão bem representou o seu papel e à Anabela Moreira que se vestiu de Susana, a irmã recatada da aspirante a fadista. Na vertente masculina, o meu favorito é sem dúvida o Miguel Guilherme que reencarna o Evaristo. É certo que a personagem está bastante colada ao original, mas ainda assim, não há como não gostar deste papel 
tosco do senhor proprietário da mercearia gourmet.

Já César Mourão, que faz de Narciso, tem um desempenho menor, talvez por ser um senhor da comédia improvisada, o cinema não lhe fica tão bem, por isso, surge em mim a mesma desilusão que tive quando assisti a Sal, que teria sido um verdadeiro desastre caso não tivesse por lá o Salvador Martinha, mas isto agora não interessa nada para o caso. 
Dânia Neto é outro caso de desempenho fraco, pois creio que serviu apenas para decorar o cenário já que a beleza ninguém lhe tira, mais que isso, não vi.

E sem querer estragar a surpresa de quem ainda não se aventurou a gastar uns euritos para ver cinema português, alerto só para o momento Bollywood que não deixa de ser cómico. 

Ó Leonel, eu cá gostei!

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