quinta-feira, 8 de março de 2012

Monoparentalidades

Imagem retirada da internet

Hoje, ouvia alguém dizer: "Existe uma tendência brutal para os filhos de pais separados serem crianças problemáticas."

Bullshit!!! Não acredito em nada disso.
Embora a minha filha tenha sido concebida na forma tradicional, a verdade é que a figura do pai durou pouco mais de dois anos. Infelizmente, ou não, o pai da B. resolveu que já não queria brincar às casinhas, pelo menos não comigo.
Se teve ou não impacto na educação da minha filha? Não! A B. não tem um pai presente desde os 18 meses de idade e hoje, é uma menina de 11 anos, bem educada, bem criada e esforçada nos estudos. Têm um sentido cívico muito apurado, é meiga e atenciosa. É óbvio que tem os seus momentos de rebeldia, mas isso faz parte da idade. Acredito que não é a falta de um pai presente que altera a educação de uma criança. A B. tem tudo o que uma criança deve ter na sua idade.

Embora não considere que o pai dela seja ideal (nem de perto nem de longe) no papel que tem a desempenhar, é pai e nada há a fazer senão aceitar esse facto. Por pensar assim, nunca utilizei a minha filha para qualquer tipo de chantagem emocional, nem tão pouco alimentei discussões em que a utilizasse como escudo. Acho que isso é um acto de cobardia por parte dos pais. Isso sim, faz com que as crianças tenham problemas comportamentais.

É hoje, um motivo de orgulho, saber que sozinha consegui criar a minha filha, sem ter de recorrer a ajuda de terceiros, ou a medidas extremas. É um orgulho olhar para o meu rebento e perceber que ela é a filha mais meiga do mundo e que dá valor a tudo o que lhe dou. Prova disso é ouvi-la dizer: "Mamã, quero ter boas notas porque este é o contributo que dou aqui em casa, tu trabalhas e eu estudo."

Resumindo e concluindo, não acredito que se possa fazer um padrão para crianças com famílias monoparentais. O resultado do comportamento da criança é o reflexo, na grande maioria, da educação que recebem em casa.

Nota: Obrigado Martini por me teres inspirado para este tema.

42 comentários:

  1. Não penso que seja razão direta para causar problemas a uma criança, tipo causa e efeito. Conheço 4 irmãos, crescemos juntos, hoje eles são homens, mas quando o caçula era ainda um bebê o pai morreu. A mãe criou os meninos, os quatro filhos sozinha. Dois deles são gêmeos. Acredito que não tenha sido fácil para ela, o que eu sei é que seus filhos são hoje homens de valor. Se viúvas conseguem, porque divorciados e pessoas que adotam não conseguiriam? Tenho uma amiga que adotou um adolescente quando era solteira, não foi nem um bebê que ela adotou. Hoje ele tem a vida dele e a relação afetiva entre os dois é muito especial.

    O que acho é que quando são os dois a educar, pai e mãe, fica bem mais fácil, pois podem distribuir a carga. Isto caso haja uma boa parceria. E também penso que os filhos gostariam de ter ambos os pais juntos, mas se fosse bom para eles, para se ter desentendimentos que não são administráveis é melhor que se separem, para o bem de todos. Mas conheço casais que se separaram, e que se dão super bem e educam os filhos em casas separadas, mas de forma equilibrada.

    A questão não é linear, monoparentalidade causa problema, pois assim como se explicaria filhos criados com ambos os pais e com problemas? Há de se ter bom senso e fazer uma análise mais profunda do que esta que me parece reducionista demais.

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    1. Carolina,
      É certo que é um tema controverso e que daria pano para mangas. Não quero, de forma alguma, dissertar sobre a vertente psicológica. Por falta de conhecimentos seria impensável abordar o tema de forma generalizada. Mas do meu caso em particular posso falar. Esta é a minha opinião, do meu caso. Eu sou filha de pais separados, e a minha filha também e nenhuma de nós é instável.
      Percebes o que digo?
      É apenas uma opinião de algo vivido e sentido na pele.
      Não suporto ouvir estes comentários de pessoas que nem sabem o que é ser pai ou mãe.

      Já tinha comentado sobre o tema no blog do Martini, mas ontem, depois de ouvir aquela barbaridade não resisti em postar isto.

      Beijinhos

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    2. Não deves se importar com este tipo de comentário, porque tu és uma mulher batalhadora, tem criado a tua filha, ela se orgulha de ti e tens tido êxito na educação que dás a ela. És motivo de orgulho para os que te cercam. Parabéns. Saiba que te admiro muito e por alguns outros motivos, como a profissional que demonstra ser, a pessoa de valor e de amizade que tens sido, e pelas fotos que tiras, eu aprecio muito o teu trabalho fotográfico.
      Então quando ouvires coisas do gênero da que citaste acima, e saiba que não é para ti.
      Quanto à psicologia, ela é o meu instrumental, e com ela eu tenho aprendido que cada pessoa é única, cada caso é um caso, e não se pode generalizar, sem antes ouvir, saber da pessoa a história de vida dela. A melhor prova do que falaste é a ti mesmo, e a tua filha. E nada como deitar a cabeça no travesseiro e saber di dever cumprido. Espero que a vida lhe dê sempre os frutos que tens plantado com tanto esmero.

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  2. Querida Marta, muitos parabéns por este teu texto!
    Cada vez mais há famílias em que a tradição já não é o que era! A tradição, é uma família ser feliz. Disfuncional, é uma família onde o pai e a mãe se agridem verbalmente todos os dias e os filhos assistem e assimilam.
    Posso fazer link, posso?
    Beijinhos.

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    1. Querida Manuela,
      Claro que sim, terei muito orgulho que o faças.
      Honestamente.

      Não quero fazer uma dissertação sobre o tema, até porque não tenho bases nem conhecimento para o fazer. Agora, não me venham cá fazer padrões. Uma criança precisa de amor e tranquilidade. Se for de ambos os pais, melhor ainda, mas se for apenas de um, não o torna "inválido" ou "um perigo para a sociedade".

      Beijos e obrigado pelo teu comentário amiga ;)

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    2. Obrigada pelo texto. Eu sei o que é isso mas no meu caso com duas crianças. E são felizes, saudáveis, meigas e responsáveis! A tradição já não é o que era e muitas vezes ainda bem porque crianças que crescem com gritos e discussões dos pais não serão certamente felizes e equilibradas. Beijinhos. Paula

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    3. Com duas crianças o nosso papel é ainda mais difícil mas possível de ser bem desempenhado. Tu serás um exemplo disso mesmo. Desde que exista um ambiente de amor e tranquilidade tudo é possível.
      Obrigado pela tua visita e comentário.

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  3. Martecas,

    É um facto confirmado que filhos criados sem pai são, em média, mais problemáticos que os que crescem com um pai e uma mãe numa família funcional.

    No entanto, isto não quer dizer que todos os filhos que crescem sem pai vão ser problemáticos (como se vê pela tua filha), e nem que todos os que crescem com pai e mãe vão ser anjinhos.

    Quando puderes, dá uma vista de @|@ a este texto.

    Cumps.

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    1. Lucas,
      Acredito que os estudos feitos sobra a matéria possam dizer isso, mas o que escrevo neste post é uma experiência vivida. É um facto. Eu também sou filha de pais separado, com a diferença de que o meu pai, embora não vivesse comigo, esteve sempre por perto e teve a possibilidade de desempenhar um papel importante na minha vida. A figura masculina é essencial, quando existe. Quando não existe, não faz com que a criança seja diferente das outras.
      É a educação que conta, o que lhes ensinas.

      De qualquer forma é importante referir que o que aqui escrevo é o meu caso, que acredito que sirva para fazer reflectir sobre o assunto. Não vamos criar estereótipos, nem rotular as crianças em situação monoparental, porque elas são iguais às restantes e por vezes, recebem mais de um pai ou mãe, do que de dois juntos.

      Fui ler o texto e já dei a minha opinião.

      Beijos

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  4. Cara Marta, olá.
    Eu até digo mais. Existem famílias "tradicionais" que mais valia não o serem. Conheço muitas que apenas estão casadas para manter uma aparência, porque ela ainda acredita que ele mude ou justificam que tem filhos. Depois esses filhos vivem entre discussões, alcoolismo, violência verbal e física e maus exemplos. Mais vale educar antes só que mal acompanhada não é? Um beijinho querida, Vou seguir.

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    1. Maria,
      É isso mesmo. Conheço algumas famílias assim.Enchem a boca por ainda manterem um casamento, mas na verdade, o em casa só há discussões e isso sim, cria instabilidade numa criança.
      Obrigado pela visita e pelo comentário.
      Beijinhos

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  5. Marta, partilho da tua opinião, as crianças precisam é de muito amor e de ter alguém que esteja "lá" para elas, se forem os 2 pais seria o ideal, se for só um desde que o amor, carinho e a presença estejam lá, está tudo bem!!! Bjinho ;)

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    1. É isso mesmo Luisinha.
      Mais até do que os bens materiais. Muitos pais compensam a sua ausência por bens materiais, mas na verdade nada substitui o amor e a presença dos pais.
      Obrigado pela visita e pelo comentário.

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  6. Olá, cheguei aqui através do blogue da Manuela e não pude deixar de comentar. Estou plenamente de acordo com o que escreveste.
    Além disso, se pensarmos no que era uma família há coisa de 20 ou 30 anos, onde estava realmente o pai? O pai era incentivado a não se envolver na educação das crianças. Era meramente uma figura de autoridade, quando a sua ausência (mesmo que não fosse física) o chegava a permitir. As crianças teriam mesmo um pai?

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    1. A Manuela é uma querida!
      Tens razão e concordo com o teu ponto de vista. A figura materna é muito importante, sempre foi. Não quer dizer que um pai não possa fazer o mesmo, criar um filho sozinho, mas há muita coisa que lhe irá faltar. Não nos podemos esquecer que antes de nascer a criança está 9 meses dentro de nós e esse laço é único.
      Obrigado pela visita e comentário.

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  7. Onde é que eu assino por baixo, Marta?
    Feliz dia internacional da mulher :)
    Beijinhos,
    Sofia

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    1. Obrigado Sofia e igualmente para ti.
      Obrigado pela visita e comentário.
      BJS

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  8. Claro que não, prova disso é que existem crianças com os dois pais e são umas bestinhas de primeira. Tem mais a ver com a educação e amor que recebem do que com o número de pessoas do seu agregado familiar. Beijoca, mamã babada!

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    1. Rafeiro,
      É isso mesmo, tanto em relação ao teu comentário como em relação a ser uma mamã babada. Sou pois ;)
      Não há nada melhor do que ter o reconhecimento dos nossos filhos, acredita!
      Beijocas

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  9. Marta então tenho que te dar os meus Parabéns pela educação da pequena e principalmente porque hoje é o nosso dia és uma VERDADEIRA MULHER!!!
    Fizeste um bom trabalho e isso merece o seu mérito!
    Ainda bem que tu e a B. são amigas e ela dá o seu contributo...assim é que deve ser!!!
    bjs e continua assim!!!

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    1. Obrigado Estrela,
      Eu e a minha miúda somos grandes amigas e é fantástico saber que ela tem noção do meu amor e dedicação, para que nada lhe falte.
      Beijocas...de uma grande mulher para outra ;)

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  10. Anónimo8.3.12

    És uma mãe com muitos motivos de orgulho e tal como já te referi lá no meu canto, és uma das provas de que a família monoparental também funciona e que quem cresce neste sistema é tão equilibrado/a como os que crescem no outro sistema. São ambos válidos e o mais importante de tudo, como bem referiste no final "é a educação que recebem em casa". Isso é o que os moldará.
    Beijocas

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    1. Estamos de acordo Martini ;)
      Eu cá gosto de contrariar os números. A minha menina é o meu grande orgulho e sei que tenho feito de tudo para que entre nós exista muita harmonia. Não deixo de impor regras, de ralhar quando devo, mas dou muitas porções de amor, sem olhar a medidas.
      Lembrei-me de escrever este post porque apanhei duas tipas a falar sobre o assunto, de referir que nenhuma delas é mãe, e como já tinha explorado o assunto naquele teu post, achei que seria um bom tema.
      Beijos

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  11. Em igualdade de circunstâncias, (2 bons pais ou 1 bom pai) é sempre preferível dois bons pais.

    Comparar dois maus pais com 1 bom pai não é justo. Temos que comparar coisas iguais.

    É possível ser-me uma boa mãe solteira ou um bom pai solteiro? Claro. Temos o exemplo da Martinha.

    No entanto, para aumentar as probabilidades da criança ter um desenvolvimento salutar, é sempre melhor 2 bons pais.

    Fatherless children and the lasting effects

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  12. Marta,

    Concordo contigo. Não se deve catalogar as crianças de "violentas" ou "vadias" só porque cresceram sem pai. É possível uma mãe solteira ou um pai solteiro criar os filhos de forma saudável. Isso não está em causa.

    O que eu quis dizer, e ressalvando sempre que sei que estás a dar uma opinião pessoal e familiar, é que nós já temos bastante documentação a este nível sobre os efeitos de se crescer sem um pai funcional.

    Repito outra coisa (e isto não é dirigido a ti, Marta): não é justo comparar dois MAUS pais com um BOM pai. Se vamos fazer comparações, vamos comparar dois bons pais com 1 bom pai ou mãe.

    Em igualdade de circunstâncias, e tendo como base as evidências já recolhidas, se for possível, deve-se resistir à monoparentalidade. Se for possível. Nem sempre é.
    Cumps.

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    1. Lucas,
      Concordo com o teu último paragrafo. Pena é que nem sempre assim seja. No meu caso, tive de me adaptar e olha que no inicio foi muito difícil. Também sonhei com uma família tradicional. Hoje, gostaria de ter dois ou três filhos e educa-los em conjunto com o seu pai, que seria o meu companheiro, porém, isso não passou de um sonho. Tive de mudar a minha maneira de pensar. A questão é, não usei a minha filha para fazer a vida negra ao seu pai e não "desculpo" o seu mau comportamento pelo facto de não ter pai presente. Se se porta mal, então há que corrigir a sua falha.

      Concordo que seria melhor que fossemos dois a cria-la mas a vida tem destas coisas e como tal há que ter jogo de cintura para nos adaptarmos ao que temos.

      E, hei! Eu gosto de receber as vossos comentários, mesmo que as opiniões sejam diferentes das minhas, por isso é que escrevi isto aqui, caso contrário teria feito num diário ;)

      Beijos

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  13. Fui criada só pela minha mãe visto que o pai sempre trabalhou fora e não notei diferença alguma. Desde que o meio familiar seja equilibrado tudo se resolve.

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    1. Lá está! Mais uma prova de que o amor é tudo ;)

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  14. Anónimo8.3.12

    A nossa Biti é uma maravilha.....tens sido uma Mãe e um Pai excelentes! Beijinhos da ChinChilla

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  15. Concordo 100% contigo e os meus parabéns por teres criado a tua filha sozinha eu acredito que não deva ser nada fácil.
    Beijos e bom fim de semana:)

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    1. Obrigado ;)
      Não é fácil mas vale a pena, mesmo nos momentos mais difíceis,

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  16. olá vim aqui parar através do post da turista, mas não poderia deixar de comentar...sou filha de pais divorciados, melhor de um pai emigrante desde que eu tinha um ano de idade,distante e ausente fisica mas sobretudo emocionalmente...cresci criada pela minha mãe, habituada a ter um pai um mês por ano. Nunca fui uma filha problemática, nunca chumbei de ano ou tive negativas sequer, a minha irmã sempre foi um pouco mais rebelde, mas nem por isso deu problemas de maior aqui em casa...não poderia concordar mais com todo o que diz o post...depende e muito da educação mas principalmente do amor e dedicação que a criança tem do progenitor que a educa...parabéns pela mãe que demonstra ser...;) bj*

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  17. Ana,
    O teu testemunho reforça o que penso sobre o tema. Eu também sou filha de pais separados, se bem que no meu caso, o meu pai esteve sempre por perto.
    Estamos em sintonia, o que interessa é o que se têm em casa ;)
    Obrigado pela visita e pelo comentário.
    Bj

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    1. Eu costumo dizer que cresci sem pai, pois apesar de os meus pais só se terem divorciado há 3 anos, nunca soube muito bem o que era ter um pai perto, resumia-se a um telefonema por semana e pouco mais...Acredito que a sua filha terá sempre o maior carinho e orgulho na mãe, pelo menos a minha é o meu ídolo..=) bj*

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  18. O resultado da B hoje é porque teve por trás uma grande Mulher, tu! E hoje é o teu dia! (ainda são 23h23 :p)
    beijinhos as duas e bonito texto!

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    1. Homónima, chegaste bem a tempo e eu li o teu comentário antes da meia-noite ;)

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  19. Estou completamente de acordo contigo.

    Gostei particularmente da tua expressão "brincar às casinhas comigo", adorei!

    Feliz Dia da Mulher =)

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    1. LOL
      Na altura, éramos os dois tão jovens ;)
      Obrigado Sérgio.
      Beijos

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  20. Quantas famílias monoparentais valem mais do que as tradicionais?
    Tudo de bom para ti e para a tua filha.
    :)

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  21. Também acho que isso não é de todo verdade!

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