segunda-feira, 26 de outubro de 2009

Metade de mim


No sábado fui sair, já não ia ao Bairro desde Agosto.
Ao chegar, agradou-me o cheiro da rua molhada, o movimento frenético das massas, os corpos conduzidos pelos ritmos nocturnos. O calor estranho para o mês de Outubro e as luzes douradas que decoram a zona do Chiado. A esplanada da Brasileira estava repleta de turistas, de jovens que se entregam à noite Lisboeta. Ouvia-se gargalhadas, o som do eléctrico, as buzinas dos impacientes, os diálogos que pontuais entre este e aquele. Havia grupos por toda a parte. Pessoas que esperavam pessoas. Pessoas bonitas, bem dispostas. Vi tantos sorrisos. Vi felicidade, espontaneidade, alegria com um misto de euforia.
Estava acompanhada de bons amigos num ambiente descontraído. Ri e sorri. Sei que é isso que esperam de mim, sei que é assim que devia ser. E se assumo que me ri com vontade, se assumo que por momentos me senti feliz, assumo igualmente que só metade de mim estava presente. Não estava completa, havia em mim um vazio. Uma falta imensa que não me liberta.
Nada voltará a ser igual, disso tenho a certeza.

4 comentários:

  1. Things might not be the same again..But they also might be different...be better if you put yourself to it and if you think the might be like that. Just let yourself go..if things have to be the same again they will be, but they will be much better...If they dont happen they will also be...better if you let yourself go..smiling.

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  2. Anónimo28.10.09

    As pessoas mudam ao longo dos anos!
    Por vezes as nossas mudanças não acompanham quem nos rodeia ou somos nós que perdemos o bilhete desse comboio. A vida é assim mesmo, uma constante mudança!
    Não te martirizes por nada ser como antes! Amanhã existirão coisas que não serão como as de hoje mas isso não quer dizer que não possam, ainda, surgir boas surpresas! Vive cada momento com total esplendor porque um Sol, até se extinguir, é assim que deve viver! E tu sabes que ainda é demasiado cedo para a extinção, certo?
    No sistema solar que iluminas, muitos dependem e precisam de ti e no futuro virão outros a quem acontecerá o mesmo! E sabes porque? Simplesmente porque há coisas que nunca mudam!

    Beijo grande.
    (",)

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  3. Eu tb não sinto o cheiro do Bairro já há uns valentes meses. Ou porque estou cansada, ou porque nunca tenho dinheiro, ou porque simplesmente nem me apetece mexer.

    Quanto ao vazio de que falas, há certos vazios... que só com o tempo se voltam a encher de alguma coisa. Se for esse o caso, tem paciencia e sê forte.

    Beijinhos

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  4. Pinto…
    Compreendo que dizes, aliás esse não é o problema. Sei que racionalmente deveria andar sempre com o sorriso que já faz parte de mim mas nem sempre há força para tal. Ainda assim, são vocês que me dão força e no fundo no fundo…eu sei que o amanhã será melhor.
    Beijos.

    ***

    Oh Limão!
    Tu estiveste quase lá…acredita que o meu olho ainda tremeu e quase soltou uma lágrima. Ok, ok, sei que não gostas de lamechices mas o que escreveste tem uma força brutal. Tens a capacidade de me levantar, mesmo quando estou no fundo do poço. Hei…friends for ever!

    P.S. Temos planos para fazer.

    ***

    Cereja
    Percebeste de certo do vazio que estou a falar…a verdade é que este vazia dói. E como em tudo na vida, vai levar tempo a sarar. Até lá…olha, vou-me entretendo.
    Beijos

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