segunda-feira, 31 de março de 2008

Refresh


O vento finalmente virou, sopra agora a meu favor.
Sinto o seu toque, ao de leve no rosto, como quem beija e sente o gosto doce de um néctar.
O céu está vestido de um azul como nunca o vira antes. Um azul profundo.
Um azul salgado como o do mar. Um azul fresco como o das paredes de um pátio.
O aroma adocicado que paira no ar trás boas novas.
A porta está finalmente aberta.

quinta-feira, 27 de março de 2008

Jigsaw

Tenho um nó na cabeça. Um? Vários!
Às vezes penso que não vivo neste planeta. Já cheguei à conclusão que tenho um olho clínico que me permite ver mais além, mas depois não tenho forma de resolver os enigmas que observo.
Mas não me queixo, não!

São estes os momentos áureos da fase em que me encontro.
Adoro nós!

sábado, 22 de março de 2008

Reflexão.


Fiz um retiro espiritual por três dias.
Fugi para Santarém, a minha segunda casa.
Estes tons verdes que pintam a paisagem enchem-me os pulmões de um ar embriagante.
Levitam-me. Respiro profundamente. Oiço o bater do coração.
Penso e repenso, saudavelmente, sobre assuntos que me ocupam a cabeça e me palpitam no peito. É bom sentir saudades. Saudades tuas.

Uma dedicatória


Dedico esta foto ao meu amigo e excelente fotógrafo Fernando Pinto.
Podem ver as fotos no seu fotoblog através do link à direita.

Fernando, espero que gostes.

domingo, 16 de março de 2008

Clã entre as tasquinhas


Ontem à noite dei um salto ao centro de Santarém. Decorrem as festas de S. José mais conhecidas por “feira das tasquinhas”.
Como diz o prospecto:
A tradição já não é o que era.
É muito melhor.

Entre as ditas tasquinhas, as arenas onde soltam os touros, e atenção, apenas largadas…Havia também as barraquinhas das farturas, pipocas e algodão doce, para o menino e para a menina. Póneis e cavalos para quem quisesse dar um “giro”. Camas elásticas para os atrevidos aderentes ao bungee jumping e insufláveis a imitarem castelos onde os putos saltavam freneticamente.
Um majestoso palco onde desfilavam as candidatas a miss Vinhas e claro está, não faltavam as barraquinhas de material artesanal para todos os gostos e bolsas.
Sim, uma feira.

Contudo desta vez fomos surpreendidos pelo magnífico bom gosto na escolha do cartaz. Este ano fomos presenteados com a presença dos Clã. Foi um concerto espectacular. A Manuela Azevedo é um verdadeiro furacão no palco. A sua energia contagiou toda a multidão e algumas pessoas nem sabiam para o que vinham.

Deixem-me partilhar convosco a presença de uma sexagenária completamente alcoolizada que estava agarrada as grades, coladas ao palco. Crivada de rugas marcadas pela vida, vestida com trapos, saltava com euforia balbuciando como podia algumas palavras soltas e sem sentido.
Com o efeito alucinante do álcool estava a ter uma verdadeira trip. Delirou com o concerto do princípio ao fim e deixou-nos de boca aberta ao tentar imitar a vocalista, que no álbum Cintura promove os movimentos do corpo.

Vivam os free concerts!

terça-feira, 11 de março de 2008

Uma pausa


Não tenho horas para nada. Faço apenas o que me apetece.
Ao contrário do que gostava não vou viajar para lado nenhum durante esta semana.
Estou a aproveitar para por em ordem alguns assuntos. Alguns pendentes.
Devo ser muito organizada mesmo. Estou no meu 2º dia de férias e tenho tudo “arrumado”.
Assim sendo vou aproveitar o tempo que me resta para fazer uma introspecção.
Ou será que desarrumo tudo outra vez?

quarta-feira, 5 de março de 2008

Sem resposta.


-É uma confidencia que te faço. Nem à X contei…
-Não? Mas contas-me a mim! O que te leva a confiar em mim?


Raramente fico sem palavras, mas desta vez fiquei.
Não sei explicar porque é que confio, ou porque é que me faz sentir à vontade para desabafar sobre qualquer assunto. Só sei que assim acontece, naturalmente.

domingo, 2 de março de 2008

Imaginem…


Depois de correr o bairro de uma ponta à outra decidimos descer até à Bica. Era lá que estavam uns amigos de um dos “nossos”. Há anos que as minhas noites de folia são passadas nestas bandas mas por alguma razão que até então desconhecia nunca tinha entrado neste bar. Entramos praticamente ao empurrão visto que pelos menos três de nós preferiamos mil vezes estar na rua. Ainda assim não quisemos ser desmancha-prazeres. Ok, a música era tipo “Oldies” mas o ambiente até estava porreiro.

Ao som de Gloria Gaynor lá me animei e dei por mim a abanar as ancas. O circo estava montado. Abri a goela e cantei a plenos pulmões o “I will survive”.
Quando dou por mim tenho um gajo “com um leve pico a azedo” a dizer-me com o dedo apontado ao meu nariz:
-Sabes que há bares para vocês? Vejam lá se querem ir para a rua…portem-se mas é bem!

Desculpa?!? Há bares para mim???
Que bicha tão pouco tolerante.
É nestas alturas que me apetecia ser uma pessoa alérgica ao álcool, tenho a certeza que se não estivesse tão “cheia” lhe teria saltado para cima e num ápice lhe tinha arrancado os olhos.
Eu nem sou nada violenta. Não gosto de cenas, nem escândalos.
Mas bolas, uma pessoa não é de ferro.

Visto ser um bar, cujo o dono era conhecido de um de nós, achamos por bem retirarmo-nos lá para fora. Ficamos as 3 cá fora a fumar um cigarro e a comentar porque teria aquele ser idiota tecido aquele comentário…

Então não é que o asno ainda vem cá para fora dizer ao porteiro:
-Não deixes aquelas 3 entrarem. Estão bêbedas!
Pfuuuu…o bar devia ter na porta: entrada para bichas frustradas.
(E não misturem isto com preconceito, a única pessoa verdadeiramente preconceituosa era aquela grandessíssima besta.)
Senti-me a trepar paredes, completamente.
Ainda lhe perguntei se tinha algum problema mas fez-se de surdo e voltou para o covil.
Ao amanhecer, a caminho de casa, roguei-lhe uma praga.

Espero que lhe cresça um cacto no c*