terça-feira, 25 de abril de 2006

Bairro Alto

Outrora conhecido como Vila Nova dos Andrades, é uma zona fascinante de ruas empedradas adjacentes às zonas do Carmo e do Chiado, com ruelas e becos, cantos escuros, com casas degradadas e pequenas mercearias.
Construído em finais do século XVI, o Bairro Alto é um dos locais mais pitorescos da cidade. Parte dos prédios foram ou estão a ser recuperados, mantendo-se o traçado original de outros tempos, o que veio permitir a instalação de novos e alternativos espaços comerciais. Encontramos aqui lojas de decoração com um estilo arrojado e vanguardista, ateliers de estilistas que ditam a moda do Jet7, e as lojas de tatuagens e body piercing para os que gostam do prazer da “dor na carne”.
Desde os anos 80 que é a zona mais conhecida da noite lisboeta, com inúmeros bares e restaurantes a par das casas de fado. Nos últimos 20 anos adquiriu assim uma vida muito própria e característica, onde se cruzam várias gerações na procura de divertimento nocturno. Aqui não se distinguem tendências, modas, sexos ou raças, todos se movem como uma massa humana seguindo um ritmo quase mecânico que entope as ruas estreitas. Pessoas de todas as idades visitam as capelinhas como se fosse uma verdadeira peregrinação não movida apenas pela fé mas também pela vontade, pela sede.
Em cada esquina um bar, uns do tipo tasca típica de azulejos de casa de banho e balcão de alumínio, onde as bebidas são baratas mas alcoólicas que é o que se pede. Outros de balcão estreito e bancos de pé alto onde não cabem mais de vinte sedentos…Outros mais serenos, como o que tem na sua entrada uma trémula luz vermelha. O interior ressuma um bálsamo jazístico e um fundo de conversa, direccionado mais à clientela intelectual que encontra na noite companhia para uma mão cheia de conversa.
-Ora venha lá esse moscatel!
Agrada a todos o ambiente caseiro a companhia dos amigos e uma boa conversa regada com um líquido aromatizado...um brinde...à noite Lisboeta!

quarta-feira, 19 de abril de 2006

Hipócritas!

Quase perto dos 30 anos e continuo a aprender o que já devia saber de cor.
É incrível como as pessoas ainda me conseguem desiludir e engana-se quem pensar que estou a lamentar um desgosto amoroso.
Estou mais uma vez a falar dos ditos “amigos”, aqueles que nós consideramos como tal porque convivemos com eles diariamente, bebemos uns copos, troca-se umas confidências e Pum! Cá está um amigo.
Fazendo bem as contas, ter hoje em dia um amigo é o mesmo que acreditar no Pai Natal, nenhum deles existe e os que há por aí só aparecem em alturas de festa e são todos falsos. Ora nem mais, não podia ter feito melhor comparação.

Neste momento a realidade é que vivo rodeada de gente hipócrita que mostra que de facto quer ser amiga, mas que ao primeiro deslize despe a pele e lá se vai serpenteando para o bunker do inimigo, isto claro está em plena guerra!
Como é que se consegue deixar de ser amigo de um e passar a ser amigo do outro, do dia para a noite e sem razão aparente?

A única e válida resposta é: por pura conveniência.
Nada é como antes e isto digo com toda a certeza…
– Já não se fazem amigos como os de antigamente!

E repito, abaixo os falsos moralismos neste país de hipócritas!

sábado, 15 de abril de 2006

Páscoa perdida...


A Páscoa não é mais do que um feriado comercial. As antigas tradições a respeito da Páscoa vão sendo pouco a pouco esquecidas. Tal e qual como o Natal, as famílias só se preocupam com o Almoço de Páscoa, com a compra dos doces e presentes, com os pratos tradicionais… e tudo se baseia no que se come e no que se oferece.
Por que troca de presentes na Páscoa? O que se pode lamentar é o esquecimento das reais tradições e a consequente transformação em mais um feriado comercial.
Não deveríamos nós aproveitar a reunião familiar para acertar diferenças por ventura existentes, procurar no real significado da Páscoa, a meditação, o diálogo e a paz, e principalmente a harmonia e o perdão?
Passamos o ano inteiro entre intrigas e enredos familiares que nos vão corroendo o seio familiar, porque não aproveitar para por tudo na mesa e meditar sobre o assunto. Claro que não é somente na Páscoa que devemos ter esses pensamentos.
Eles deveriam fazer parte de nosso dia a dia. Mas da maneira como o mundo se apresenta, isso é pura utopia. O mundo inteiro está em pé de guerra. Se não é guerra fratricida entre irmãos de raça, é guerra religiosa e eu considero o cúmulo fazer guerra em nome de Deus. Ou então é guerra nas cidades, com a violência das ruas… mesmo as mais pequenas que se revelam entre famílias.No nosso dia a dia, estamos sempre em convívio com cenas de uma violência sem fim. Em casa, no trabalho, na TV… porque acredita que a violência pode aparecer sem ser em forma física, ela está aí, de uma forma ou de outra para reinar os tempos de hoje. Ultimamente, a maldade humana tem-se esmerado em demonstrações de revolta e de luta sem razões aparentes, misturando o direito com o poder, sem noção da realidade, onde se tenta corrigir injustiças com mais injustiças. Guerras até mais não!
Enfim... assim caminha a humanidade.
Pelo menos, então, no recesso de nossos lares, vamos procurar essa comunhão espiritual, ao menos nestes dias, procuremos esquecer a violência externa, e tentar ser simplesmente humanos na sua verdadeira essência.

sábado, 8 de abril de 2006

Sem dúvida!

Não me adianta de nada desabafar os problemas, pois estes não se dissolvem e depois para agravar a situação ainda fica o constrangimento.
Já sou demasiado transparente... porquê despir a alma para alguém que no fundo nem me conhece?

Não existe ninguém no mundo que me conheça bem...que saiba o que gosto ou não gosto, como vou ou não reagir perante determinada situação, coisas tão básicas como a minha comida favorita, ou a minha música predilecta. A minha cor, o meu filme…
O que é um verdadeiro amigo?
Não conheço a resposta. Não sei se isso se justifica pelo facto de nunca ter estado muito tempo no mesmo lugar, tomando quase uma vida nómada, pois se o normal é viveres a tua infância numa mesma casa rodeado sempre dos mesmos amigos…isso não aconteceu comigo.
Até hoje já mudei de casa umas oito vezes e cada vez que o fazia alguma coisa ficava para trás. Sinto que a minha vida recomeçou estas tantas vezes, nunca se recuperando do que fui perdendo. Talvez por isso ainda hoje mantenha algumas coisas pessoais dentro de uma mala…à espera que chegue o momento de mudar outra vez.
Admiro quem tem amigos de infância, são esses que certamente nos conhecem melhor, por isso sabem o que esperar de nós, sabem os nossos mais terríveis segredos, as traquinices e partilharam certamente os momentos mais felizes desses tempos.
Ou mesmo os colegas que nos acompanharam durante todo o liceu, faculdade, malta dos copos que mais tarde encontramos em jantares de aniversário, de convívio, ou nos casamentos de quem a par e passo lá vai arrumando a vida.
Chega então a altura em que os amigos são as pessoas que trabalham connosco, com quem almoçamos todos os dias, as pessoas que se sentam perto de nós durante todo o dia e com quem temos mais afinidade... é com essas pessoas que eu passo a maioria das horas, por curioso que pareceça... sem dúvida o trabalho consome-nos a vida.

A música faz todo o sentido...



Quando veio mostrou-me as mãos vazias
As mãos como os meus dias
Tão leves e banais.
E pediu-me que lhe levasse o medo
Eu disse-lhe um segredo
Não partas nunca mais.
E dançou,
Rodou no chão molhado
Num beijo apertado
De barco contra o cais.

E uma asa voa a cada beijo teu
Esta noite sou…
Dona do céu!
Eu não sei quem te perdeu...

Abraçou-me como se abraça o tempo,
A vida num momento,
Em gestos nunca iguais
E parou
Cantou contra o meu peito
Num beijo imperfeito
Roubado nos umbrais,
E partiu sem me dizer o nome
Levando-me o perfume
De tantas noites mais.

E uma asa voa a cada beijo teu
Esta noite sou…
Dona do céu!
Eu não sei quem te perdeu...

domingo, 2 de abril de 2006

Um brinde


Nem sempre me apetece escrever, ou porque falta assunto ou porque me falta a coragem… e ás vezes porque considero que escrevo mas não consigo dizer nada de jeito.
Hoje é um desses dias…ando aqui às voltas das teclas mas as palavras misturam-se na minha cabeça e não conseguem sair por uma ordem lógica.


Não me sinto triste, como já tinha comentado antes, estou a passar uma fase “primaveril” em que tudo me parece bem. Sinto-me bem quando acordo, sinto-me leve ao deitar, acho que nem tenho pensado nos problemas para não afastar esta boa disposição.
Normalmente esta fase acontece por duas vezes no ano, a primeira no fim de ano, onde cresce em mim uma força brutal para mudar tudo em minha volta. Bem sei que é em vão as promessas que faço, nunca as consigo cumprir. Penso que isso também acontece convosco, quem não prometeu que ia deixar de fumar, ou que ia deixar de parte a rotina, fazer desporto, entrar de vez em contacto com a natureza, procurar um trabalho melhor, deixar de mentir… cada caso é um caso, mas no fundo a intenção é sempre a mesma, tanta vontade no inicio mas depois… ò vida! Quem consegue?
A outra fase semelhante a esta é o Verão…ah o Verão… pelo menos comigo resulta, talvez porque seja uma altura de novas paixões. Tudo parece mais belo… as peles morenas, o fins de tarde na praia, as fantásticas saídas com os amigos nas noites quentes, em que o luar por si só nos trás uma energia inesgotável.
Os meus melhores momentos, são passados no Verão… até porque Agosto é o meu mês. Vivam as ruas animadas, o convívio do café. O tempo quente. A sangria!!! Eu sou louca por sangria! Um brinde ao que vem a seguir.

Está na altura de deixar sair os fantasmas do armário.
Acho que este ano o Verão chega mais cedo (se é que me entendem)!