sábado, 30 de setembro de 2006

Nem sempre digo o que sinto e na maior parte das vezes digo o que não penso…


Uma palavra é apenas isso, nós é que lhe damos a devida importância, que a recheamos com sentimentos, que as tornamos mais belas ou mais feias.
É o que digo com os olhos que tem de facto valor.
São eles a janela da minha alma, que vai transparecendo, mesmo sem querer, o que penso, o que sinto.
A menina do olho dilata com o amor, com o disparar do coração…torna-se brilhante e reflecte o que de mais puro existe em mim.
Não é possível mentir com o olhar.
É nos meus olhos que tudo se passa…assim prefiro olhar, sem proferir uma única palavra, sem me comprometer com um vocábulo, sem me embrulhar numa panóplia de gestos que me comprometem…sei que nunca direi o que sinto, apenas direi o que não penso!
Resta então o meu olhar…

quinta-feira, 28 de setembro de 2006

Que fado o meu...

Rrrrrrrrrrrrrrrrrrrr
Não estou em mim…apetece-me gritar bem alto. Abrir a janela do meu quarto e gritar com toda a força que existe em mim.
Estou naqueles dias em que nada corre bem.

Acordei tarde, resultado de uma fraca noite de sono…a manhã teve de ser dobrada em duas para que tivesse tempo de fazer tudo e mais alguma coisa. Quando saí de casa apanhei tudo o que era caramelos na estrada. Enfim, um verdadeiro terror!
Não consegui praticamente falar com o meu “Romeu” (amor impossível) e no trabalho perdi um negócio que já estava registado no ranking de produtividade. Um calhordas que anda a ver se me dá a volta à cabeça com negociações de taxas. Ai se lhe pudesse rogar uma praga…

Para terminar, quando cheguei a casa, tinha uma carta na mesa da entrada, endereçada a mim…uma carta da PSP. Pensei logo que seria alguma novidade das minhas matrículas “desviadas”.
Enganem-se quem pensou o mesmo.
Era sim uma multa de estacionamento.
Ohhhhhhhhhhhhhhh dizem vocês…
Pois o dia tinha de acabar a mexerem no meu bolso…esta famosa multa foi-me passada em Março, em Belém…enquanto passeava com a minha filhota.

E eu agora pergunto: E as minhas belas chapas? Porque não andam “eles” à procura das minhas matrículas.

segunda-feira, 25 de setembro de 2006

Ser poeta



Ser poeta é ser mais alto, é ser maior
Do que os homens! Morder como quem beija!
É ser mendigo e dar como quem seja
Rei do Reino de Aquém e de Além Dor!

É ter de mil desejos o esplendor
E não saber sequer que se deseja!
É ter cá dentro um astro que flameja,
É ter garras e asas de condor!

É ter fome, é ter sede de Infinito!
Por elmo, as manhãs de oiro e de cetim...
É condensar o mundo num só grito!

E é amar-te, assim, perdidamente...
É seres alma, e sangue, e vida em mim
E dizê-lo cantando a toda a gente!

Florbela Espanca

domingo, 24 de setembro de 2006

Outono …


Os cheiros do campo já confirmam a chegado do Outono.
Os campos perdem os tons quentes e o verde rompe o chão às primeiras chuvas.
Os frutos que sobraram nas árvores estão agora caídos e são absorvidos pela terra faminta.
As nuvens tornam o céu num manto de algodão e o vento trás o cheiro da terra molhada. Adoro o cheiro das primeiras chuvas.
Já sabe bem calçar umas meias, vestir um casaco…e a noite já convida a dormir abraçada a um edredão quente, que torna a cama um local de conforto onde depositamos os nossos sonhos.
Entre as casas da aldeia, sente-se o cheiro das lareiras. Chegou a altura em que todos transportam, de uma forma mecânica, a lenha para os seus lares. O Inverno parece chegar com algum rigor e todos o querem receber com o maior conforto.
Adoro o cheiro de lenha queimada, o som dos toros a estalar ao calor, a luz que emana a salamandra…

Foi-se o verão…os beijos salgados, o toque da pele morena…mais uma vez ficam as lembranças num quadro pintado a aguarela, apenas em tons quentes.

Chegou o sopro húmido do Outono…tudo se renova…

quinta-feira, 21 de setembro de 2006

Folhas jamais perdidas...


Ontem reli alguns textos editados anteriormente e pensei, que trágico seria se tudo se tornasse realmente em folhas perdidas…perdidas para sempre, sem deixar rasto a não ser algumas lembranças.
Senti um arrepio na espinha…
Mesmo não tendo a certeza se isso poderá acontecer ou não, agi por impulso e copiei tudo para o Word e depois de dedicar algum tempo a ajustes, imprimi!
Imprimi tudo.

Abracei as folhas ainda quentes…de entre elas as letras saltavam freneticamente libertando os cheiros destes últimos dias, em que os sentimentos ainda estão à flor da pele.
Agora o blog renascia das cinzas em forma de livro, com corpo, cheio de vida.
Já me tinha esquecido como é bom o cheiro do papel…como é delicioso o aroma picante da tinta.
Só assim tive noção de quantas foram as palavras que partilhei convosco desde Janeiro.
Alegrias, vontades, desgostos, muita saudade, um verdadeiro turbilhão de emoções. Verdadeiros desabafos, gritos ensurdecedores…ribombando palavras… mas no fim, garantidamente, o sentimento era de alívio…paz…um estado muito zen.

segunda-feira, 18 de setembro de 2006

Um pequeno desabafo...dois na mesma noite...isto promete ; )


Sabes, às vezes sinto-me um rato num pequeno labirinto...e que alguém se ri às minhas custas enquanto me esmurro contra as paredes. Sinto que estou longe da saída e que até lá vou ter de ultrapassar obstáculos abismais.
Talvez nunca encontre o meu queijo…mas uma coisa é certa, não vou desistir!
A incerteza torna-me mais forte e mesmo que chegue o fim sem o encontrar sei que ao menos não me entreguei à inércia…

A vida é um misto de emoções…

A semana começou muito bem.
Voltei a rever alguns de amigos com quem trabalho, pessoas que me fazem falta para completar o meu dia. Entre nós reina sempre a boa disposição e mesmo quando um de nós se sente mais em baixo, os restantes fazem a animação de tal forma que é impossível resistir-lhes. Um bem-haja para todos eles.

Hoje senti-me eufórica, não havia razão aparente…acho que é normal depois de um fim-de-semana de cheio de conclusões e alguma introspecção. Consegui digerir o que se havia passado na sexta e hoje tudo se esclareceu…estou em paz comigo…e isso é o que é preciso.
Agora sei que tenho uma semana pela frente…e a cada dia farei uma nova descoberta, sobre mim, por mim, para mim.
Já dizia a outra: se eu não gostar de mim, quem gostará?

domingo, 17 de setembro de 2006

Ficou-me no ouvido...porque não partilhar...



Eu gostava de olhar para ti

E dizer-te que és uma luz

Que me acende a noite, me guia de dia e seduz...

Eu gostava de ser como tu

Não ter asas e poder voar

Ter o céu como fundo, ir ao fim do mundo e voltar...

Eu gostava que olhasses para mim

E sentisses que sou o teu mar

Mergulhasses sem medo, um olhar em segredo, só para eu

Te abraçar...

O primeiro impulso é sempre mais justo, é mais verdadeiro...

E o primeiro susto dá voltas e voltas na volta redonda de um beijo profundo...

Eu...

Eu não sei o que me aconteceu...

Foi feitiço!O que é que me deu?

Para gostar tanto assim de alguém

Como tu...

sábado, 16 de setembro de 2006

Lost...


Esta 1º quinzena de Setembro foi bestial…sempre com bom humor, muita força espiritual, paz interior e uma boa capacidade de resolução para os problemas…
A sexta, porém, já não foi tão famosa…encontrei umas quantas pedras no caminho que fui removendo com alguma dificuldade.
Acho que tudo se resolve, mas chego à conclusão, que a resolução de um problema deixa sempre alguém “pendurado”. Não é um hábito meu mas na sexta-feira baldei-me a um jantar com amigos, por distracção, esquecimento, pensei que seria na sexta seguinte…não sei se entenderam a minha ausência mas a minha consciência ficou pesada…como se tivesse “pecado”.
Sinto que a minha cabeça não dá para tudo e ultimamente tenho tido a agenda cheia de compromissos inadiáveis, situações profissionais, financeira e até mesmo de saúde. Alguma coisa tem de ficar para trás.

Para terminar a semana em beleza…consegui finalmente obter a resposta para algo que já previa há muito tempo.
Ainda não estou em mim…estou um pouco perdida.

domingo, 10 de setembro de 2006

A eterna saudade!


Que esperais, Esperança? – Desespero.
Vós, vida, como estás? – Sem esperança.
Que dizeis, coração? – Que muito quero.
Que sentis, como viveis? – Sem confiança.
Quem vos sustenta, logo? - Uma lembrança.
E só nela esperais? – Só nela espero.
Em que podeis parar? – Nisto em que estou.
E em que estais vós? – Em acabar a vida.
E tende-lo por bem? – Amor o quer.
Quem vos obriga assim? – Saber quem sou.
E quem sois? – Quem de todo está rendida.
A quem estais rendida? – A um só querer.

Camões

sexta-feira, 8 de setembro de 2006

Com a força da Lua.


E lá passou mais uma semana… o veneno continua entranhado nas veias de quem me rodeia, só que agora sinto que estou cada vez mais imune, talvez tenha sido do contacto permanente ou das injecções a que me auto mediquei.
As vezes, tenho dificuldade em entender o raio ganha esta gente, ao infernizar a vida aos outros. É uma coisa complicada…eu cá não chateio ninguém, cada um faça lá a vida como bem entende, mas esta gentinha não me larga. Tentam fazer de tudo para me “queimar”, dão voltas e voltas e arranjam sempre um esquema novo para me “cortar” as pernas. Ai…que pachorra que eu tenho que ter para aturar isto.
A verdade é que cada vez estou mais tolerante. Já não perco a cabeça ao primeiro contratempo, mas o apoio dos amigos têm sido um elemento chave e aqui fica um pequeno exemplo.
Esta semana roubaram-me as matrículas do carro. Nem imaginam a minha cara ao ser apanhada por esta surpresa, sim porque com este carro já me aconteceu de tudo mas ainda não me tinha estreado nestas bolandas do “saca a chapinha”. Pois que tremi, suei, praguejei e se não fosse o facto de estar acompanhada por dois amigos acho que até tinha chorado. Entre a queixa na esquadra e o pedido de umas matrículas novas a aventura durou até à meia noite…estava de rastos, cansada e com a roupa encharcada…
Acabamos sentados num banco de rua, na Gare do Oriente a fumar um cigarro e a rir de tudo aquilo…afinal não passou de um pequeno que se resolveu em 4 horas e o que ficou bem assente na minha memória, foi o companheirismo que mais uma vez quero ressalvar.
Como costumo dizer a um amigo: os amigos são para estas coisas.

terça-feira, 5 de setembro de 2006

Ai os 30...



Tem razão quem diz…tudo passa!
Sinto-me calma, com uma enorme paz de espírito, afinal as férias sempre deram o resultado esperado. Talvez tenha sido daquela terapia, aconselhada por uma boa amiga, a de abraçar árvores. Os dias têm corrido bem, com uma ou outra coisinha, mas que tento não ligar, para que não me afecte de forma alguma. Tenho-me dedicado ao meu trabalho de corpo e alma e confesso que ao final do dia sabe-me bem, agora é só aguardar para ver se serei recompensada por isso. Estou habituada a trabalhar num local onde só se valorizam as mesquinhices.
Sinto que finalmente consegui criar um bom círculo de amigos…é pequeno, mas em muita qualidade, feito de gente boa, de bons valores, gente com alma. Parece estranho mas sinto que hoje em dias as pessoas são ocas e frívolas e por isso mesmo sei que estes amigos são um achado.
A família vai bem! Estamos em estado zen. Sem conflitos, sem discussões, problemas de saúde ou atritos financeiros.
Amo a minha filha, os meus pais a minha irmã e a minha avó e sinto que todos os dias eles me retribuem o mesmo amor. Tenho sentido o cheiro da manhã…o do anoitecer…ligo às coisas pequenas…que no fundo são tão importantes na vida. Acho que estou no bom caminho…
Como diz a minha mãe: Os 30 fizeram-te bem!!!!