quinta-feira, 31 de agosto de 2006

Enfim...o que tem de ser têm muita força.


Hoje é oficialmente o meu último dia de férias…
Volto hoje a Lisboa…sei que parece estranho mas vou começar a trabalhar a uma sexta-feira. Depois volto a Santarém para passar o fim-de-semana.
Na minha última postagem estava um pouco em baixo e o facto de voltar à grande cidade estava a deixar-me confusa, hoje estou mais calma e sinto-me mais segura de que esta será mais uma fase da minha vida que irei superar, como tantas outras pelas quis passei.

O que não me mata torna-me cada vez mais forte!


quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Não quero voltar...

Não sei o que diga, não sei o que pense…
As férias estão a acabar e espera-me uns bons 8 meses a trabalhar. O regresso à minha mesa de tarefas não está a ser fácil. Gosto do que faço mas o meio é hostil. Sinto falta de quem está ausente, uns porque a vida o exige, outros porque o destino lhes sorriu…vejo-os partir e a saudade aperta. Sei que os laços se mantêm cá fora, depois do horário laboral mas ainda assim não posso deixar de comentar a falta que me fazem.
Agora resta-me o cinismo, o qual sou obrigada a engolir, tudo para o bem do ambiente entre colegas de trabalho. Não me apetece voltar!
Confesso que ainda ficaram duas boas companhias, que se reflectem também em duas grandes amizades, sem eles seria impossível aguentar as pressões da hierarquia, as facadas das colegas e o desgosto financeiro.
Pensei que as férias me iam trazer alento, que nestes dias iria encontrar uma força, em algures escondida…não encontrei nada de novo!

Soube por portas e travessas que alguém me adiciona como característica profissional o gostar de cortar na casaca. Achei depreciativo…primeiro porque esse alguém não me conhece bem, lida comigo apenas profissionalmente e ainda por cima disse-me que eu tinha de ser mais activa, participar mais na equipa.
Na cara disse-me que era muito calada e que inclusive achava-me triste e depois no meio das suas anotações contempla-me com um comentário vil. Aceito criticas construtivas, aceito que demarquem os meus defeitos para que daí me torne alguém melhor, mas não aceito o que sei no íntimo não ser verdade. Resta agora a mágoa e a vontade de não voltar a aquele covil.

Vou voltar, não tenho dúvidas, a vida assim o exige, mas voltarei cada vez mais fechada, com cada vez menos palavras. Não vou viver do trabalho, vou apenas sobreviver ao trabalho.

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

Uma parte de nós...


Uma das filhas da terra fez hoje 81 anos… sentada à mesa com a pouca família que ainda lhe respeita a idade e todo o esforço de uma vida, celebrou mais um ano.
As rugas que trás no rosto mostram que o tempo foi cruel e lhe deixou assim, em forma de socalcos sobre a pele, as marcas de quem viveu carregando sempre os seus fardos. Este ultimo ano levou-lhe a vista, mas não é isso que lhe causa mágoa, mas sim o facto de ser velha, de se tornar para alguns um estorvo…por não ter em sua volta a família, o carinho do filhos, o amor dos netos. É a solidão que a mata por dentro a cada minuto que passa.
O abandono é típico por estes montes…o abandono de quem os amou uma vida inteira, de quem os ensinou a andar, de quem lhes deu a mão quando estavam doentes e lhes beijou a testa ao deitar.
Os mais velhos ficam sós…entregues a um passado que só relembram através de fotografias a preto e branco. São postos de parte como algo que deixou de funcionar, que está velho e gasto.
Eles são a nossa vida, os velhos!
Não seríamos nada nem ninguém se não fossem os “nossos” velhos. Depois de tanto que por nos fizeram, nada será mais justo que retribuir agora com algo que custa tão pouco, mas que é tão valioso para eles. O amor…carinho…a nossa atenção. É tudo o que precisam.
Ninguém deveria estar entregue à solidão.


“Passamos pelas coisas sem as ver, gastos, como animais envelhecidos: se alguém chama por nós não respondemos, se alguém nos pede amor não estremecemos, como frutos de sombra sem sabor, vamos caindo ao chão, apodrecidos.”

Eugénio de Andrade

terça-feira, 22 de agosto de 2006

Eu e o campo...enfim sós!

Estou zen! Completamente.
Não tenho de me levantar ao som do despertador do telemóvel, tomo o pequeno-almoço no jardim, com muita calma, ao som dos passarinhos onde corre uma brisa matinal, fresca, que transporta o cheiro da Madresilva que cresce junto ao muro que rodeia a casa. Sem pressa, posso apreciar a esta hora da manhã o pão quente, cozido a lenha, em comunhão com a família.
As horas que se seguem são igualmente tranquilas, entre os mergulhos refrescantes na piscina e salpicos entre os livros e a música. Faço o que gosto sem o sentido de obrigação ou constrangimentos temporais.
O almoço é sempre leve e animado…temos por habito debater alguns assuntos do dia em volta da mesa. Gosto disso! Venham os temas, tudo menos política (odeio discutir política…é um mundo hipócrita).
A tarde…oh a tarde é fabulosa…faço a sesta!
Sim, eu faço a sesta quase todos os dias. Basta fechar as cortinas para tornar mais escuro o meu ninho e lá estou eu, de papo para o ar a meditar alguns minutos sobre estes grandes momentos. Não demoro a dormir e não é um leve “passar pelas brasas” pois chego a sonhar.
Só me atrevo a sair à rua ao final da tarde…quando o sol está mais fraco e o vento se sobrepõe soprando ao de leve.
A piscina é novamente o meu local de eleição, dividindo agora o meu tempo entre o jardim e a bricolage. Gosto de caiar o muro, arrancar ervas daninhas, ajudar na decoração…não é fácil…moldar o que está sempre em crescimento. A minha grande companheira nestes “trabalhos forçados” é a minha mãe.
Como eu aprecio estes momentos familiares, acho que é da idade!
O jantar é pouco significativo visto que por aqui se como qualquer coisa, nada de sofisticado, digamos que é a refeição mais ligeira. Muitas vezes vamos a pé até ao café, caminhando por entre os campos repletos de melão, meloas, melancias, pimentos e tomate. Mas o que me dá mesmo muito prazer é passar pela figueira abandonada ao pé da estrada, em terra de ninguém, ou alguém que simplesmente não marca posse. É uma arvore dotada do seu fruto que emana um cheiro doce e intenso que me faz crescer água na boca. O café da mais perto é o mais típico possível. Os visitantes mais frequentes são as moscas, os velhos, e note-se que respeito esta palavra e não a banalizo, ficam sentados, pensativos, bebendo a típica agua das pedras, ou a cerveja fresquinha que vão sorvendo em golos pequenos, para que o prazer se entenda por mais tempo. A “dona da casa” serve-nos com o carinho que se torna raro na cidade. Tudo aqui é mais pequeno, mais acolhedor. É um ambiente familiar. A Beatriz adora as nossas idas ao café, onde é presenteada, quando se porta bem (claro!), com um gelado fresquinho.
Acabo a noite a contemplar o céu estrado, as estrelas aqui parecem mais brilhantes, mais destacadas no negrume. Só se ouvem os grilos e aqui e ali uma coruja que se atreve a desafiar o silêncio. Mais uma vez, as conversas surgem…sentamo-nos na parte da frente da casa…lugar onde se sente mais fresco a esta hora. Ontem falávamos em Ovnis e novas descobertas espaciais.
Aqui o tempo passa mais devagar…tranquilamente!
Como diz a minha filha: Ah senhores, isto é que é vida!

sábado, 19 de agosto de 2006

Why not?


“As nossas dúvidas são traidoras e nos fazem perder, o que com frequência poderíamos ganhar, por simplesmente ter medo de arriscar.”

William Shakespeare

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

Longe do mundo...


Estive ausente nestes últimos dias por razões profissionais e por outras também.
Durante a semana de 7 a 11 de Agosto estive em Pombal a trabalho e fartei-me de escrever, as palavras saíam de uma forma mágica…estava inspirada. Acho que era pelo facto de estar num zona muito calma, sem aquele stress citadino, no qual estou mergulhada diariamente.
Encontrei por lá muita coisa boa, fiz tudo o que tinha a fazer e acho que dei o meu melhor e consegui atingir o meu objectivo profissional para aquela semana, mas bom era o depois do horário de expediente… dirigia-me até ao hotel com sensação de liberdade louca, tomava um duche, isto por volta das 17h00, e depois deixava-me lá ficar até à hora do jantar, deitada sobre a cama a escrever o que me ia na alma. Enquanto os corpos derretiam na rua sob o calor intenso, onde se registavam 42 e 43 graus, eu estava no fresco de um quarto acolhedor, que embora me fosse completamente estranho não deixava de ser reconfortante. Senti-me muito bem lá…longe de tudo e todos.
Pensei, ponderei, questionei, fiz contas de cabeça e recalculei o saldo devedor que trago no peito…mas encontrei respostas e soluções para quase tudo.
Ao cair a noite, o fresco chegava de mão dada com a Lua e só nessa altura é que eu voltava a sair da “toca”.
Jantei umas vezes sozinha outras acompanhada e em qualquer uma das vezes, a noite acabava a tomar uma água das pedras numa esplanada repleta de emigrantes radiantes por estar de volta à terra.

Fez-me bem esta semana…
Fez-me bem sair daqui…deixar a nuvem de fumo que trago por cima da cabeça…
Fez-me bem!

Queria transpor tudo o que escrevi durante aquela semana mas como hoje em dia já não uso papel, a tecnologia deixou-me na mão. A pen perdeu tudo o que tinha, deu-lhe uma daquelas coisinhas más e puffffffff, lá se foi mais uma folha da minha vida.

sábado, 5 de agosto de 2006

Uma data feliz...


Pois é…faz hoje 30 anos que vi a luz do dia pela primeira vez…
Não me envergonho de dizer a minha idade, com ela vêm a experiência, a sabedoria e a mente eternamente jovem.
Não carrego a idade nos ombros, sinto-me tenra e cheia de vida.
Espero agora conseguir atingir os meus objectivos nos próximos 30 anos e concretizar alguns dos meus sonhos, pelo menos os menos ambiciosos.
Este último ano trouxe muita coisa…muitos sentimentos à mistura e penso que tive muitas alterações de humor, mas como já vos tinha dito num post anterior, deve ser da Bipolaridade (lol).
Para fecho de conta, posso concluir que não foi bom, nem mau…foi…mais um ano.
Hoje, no entanto, acordei de bem com o Mundo e um sorriso rasgado que me acompanha até agora. A razão é simples…ontem, fui ver o concerto da Sara Tavares, no Casino Estoril. Um verdadeiro bálsamo para os meus ouvidos. Depois de tantos dias de fúria, revolta, angústia e um profundo aperto no peito, ao som da sua voz doce, unida a um ritmo africano, consegui finalmente atingir um estado zen.
Na companhia de duas amigas, uma mais recente que a outra, brindamos a Vinho do Porto e Licor Beirão o meu 30º aniversário ao bater da meia-noite. Adorei!
Posso até adiantar que foi uma entrada fantástica, num ambiente soberbo.
Foi uma grande prenda, Sara, cantares assim para mim…obrigado!

A razão da minha felicidade deve-se também a algo muito simples, mas muito importante para mim. Recebi a primeira mensagem de parabéns, via sms, de uma pessoa amiga, que muito me surpreendeu…pela positiva.
Obrigado pela lembrança e espero que desta vez a tua amizade tenha voltado para ficar!

Ser amigo é saber perdoar!