sábado, 8 de abril de 2006

Sem dúvida!

Não me adianta de nada desabafar os problemas, pois estes não se dissolvem e depois para agravar a situação ainda fica o constrangimento.
Já sou demasiado transparente... porquê despir a alma para alguém que no fundo nem me conhece?

Não existe ninguém no mundo que me conheça bem...que saiba o que gosto ou não gosto, como vou ou não reagir perante determinada situação, coisas tão básicas como a minha comida favorita, ou a minha música predilecta. A minha cor, o meu filme…
O que é um verdadeiro amigo?
Não conheço a resposta. Não sei se isso se justifica pelo facto de nunca ter estado muito tempo no mesmo lugar, tomando quase uma vida nómada, pois se o normal é viveres a tua infância numa mesma casa rodeado sempre dos mesmos amigos…isso não aconteceu comigo.
Até hoje já mudei de casa umas oito vezes e cada vez que o fazia alguma coisa ficava para trás. Sinto que a minha vida recomeçou estas tantas vezes, nunca se recuperando do que fui perdendo. Talvez por isso ainda hoje mantenha algumas coisas pessoais dentro de uma mala…à espera que chegue o momento de mudar outra vez.
Admiro quem tem amigos de infância, são esses que certamente nos conhecem melhor, por isso sabem o que esperar de nós, sabem os nossos mais terríveis segredos, as traquinices e partilharam certamente os momentos mais felizes desses tempos.
Ou mesmo os colegas que nos acompanharam durante todo o liceu, faculdade, malta dos copos que mais tarde encontramos em jantares de aniversário, de convívio, ou nos casamentos de quem a par e passo lá vai arrumando a vida.
Chega então a altura em que os amigos são as pessoas que trabalham connosco, com quem almoçamos todos os dias, as pessoas que se sentam perto de nós durante todo o dia e com quem temos mais afinidade... é com essas pessoas que eu passo a maioria das horas, por curioso que pareceça... sem dúvida o trabalho consome-nos a vida.

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